O impacto da Engenharia Química aliada à Biotecnologia no tratamento e prevenção de doenças

Você já se perguntou qual é o real impacto do profissional de Engenharia Química no tratamento e prevenção de doenças? Certamente, para profissionais que desconhecem a amplitude da Engenharia Química, muitos responderiam que não há atuação e contribuição significativa no setor. Nesse texto, mostraremos o contrário.

A Engenharia Química, muitas vezes chamada de Engenharia Universal, abrange diversas áreas estando porém, de forma geral, ligada à pesquisa e desenvolvimento de produtos e aos processos e projetos necessários para a obtenção do produto final. Ademais, aliada a biotecnologia, área que é, de acordo com a ONU, “qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica”, traz grandes contribuições ao campo da saúde, tratando e prevenindo doenças.

Para melhor elucidar o papel da engenharia química combinada a biotecnologia na área de saúde, pode-se pensar em dividir a sua atuação nesse processo em duas diferentes frentes, a da produção propriamente dita e a de pesquisa e desenvolvimento. Durante o processo de desenvolvimento de uma nova vacina ou fármaco, por exemplo, que podem prevenir e tratar doenças, o profissional da área pode contribuir com seu amplo conhecimento das reações químicas e de técnicas de análise.

Outrossim, vale destacar que, após os devidos testes para a aprovação nas agências de saúde, é necessário produzir em larga escala o produto desenvolvido para que este seja disponibilizado às pessoas que precisam utilizá-lo. Dessa forma, na etapa de produção, o engenheiro químico tem papel fundamental na otimização dos processos envolvidos, verificação das boas práticas de fabricação – que são exigidas pelos órgãos regulamentadores como a Anvisa – e no projeto e escolha dos equipamentos como os reatores envolvidos no processo, se atentando às condições de operação para melhor rendimento e  produtividade.

Desse modo, dentre os diversos processos de tratamento e prevenção de doenças em que um engenheiro químico é de fundamental importância, podemos destacar alguns deles, começando pela supracitada produção em larga escala de medicamentos. Nesse viés, é pertinente dar ênfase em especial aos antibióticos, compostos essenciais no tratamento de doenças bacterianas e redução da mortalidade causada por elas. Isso porque, a descoberta da penicilina no século 20, substância produzida por fungos, foi um grande avanço, no entanto, acessibilizar seu uso dependia de meios de produzir medicamentos em larga escala, o que ainda era uma grande questão.

Nesse ponto, a atuação de engenheiros químicos aliada a conhecimentos de biotecnologia, já que se utilizam organismos vivos, foi, e ainda é, de extrema importância na produção industrial que torna os recursos de mais fácil alcance. No exemplo da penicilina, esses profissionais analisam o processo fermentativo envolvido, o projeto de equipamentos e fazem estudo das condições ótimas de operação, como no biorreator onde ocorre a fermentação, visando a produção e qualidade do medicamento.

Pode-se ainda considerar o impacto desses profissionais não somente na produção de fármacos e vacinas, mas também nas questões relacionadas à dinâmica dos fluidos. Nesse sentido, o abrangente conhecimento de engenheiros químicos sobre a mecânica dos fluidos pode trazer muito impacto no estudo e prevenção de doenças propagadas por via aérea e dinâmica de gotas, como é o caso da atual pandemia que vivenciamos.

Destarte, é inegável que a engenharia química aliada à biotecnologia já trouxe e continua trazendo impacto no tratamento e prevenção de doenças. É essencial explicitar e difundir tal fato não somente no meio profissional, mas também no meio acadêmico, abrangendo os futuros profissionais da área.

Dessa maneira, a engenharia química pode continuar melhorando processos de insumos para área de saúde, otimizando processos, aumentando rendimentos, diminuindo custos e assegurando boas práticas de fabricação, de forma que tenhamos meios de prevenção e tratamento de doenças com qualidade, auxiliando inovações nesse campo para proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas.

engenharia

Por Júlia Rocha

Integrante da Prisma Jr. Empresa Júnior de Engenharia Química da UFBA

Site institucional: https://prismaengenhariajr.com.br/

 

Revisão: Ana Beatriz Oliveira

 

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