Que os protetores solares são indispensáveis todos os dias, isso nós já sabemos. No entanto, você sabia que existem diferentes tipos de protetores solares? É o que vamos abordar no conteúdo de hoje!
A luz ultravioleta (UV) é o fragmento que é absorvido pela pele e atinge a derme e a epiderme, podendo gerar alguns danos, como melasma ou fotoenvelhecimento.
Para evitar tais danos causados por essas radiações, deve-se utilizar filtros solares. Existem diversos tipos de protetores solares, no entanto, a sua composição básica é formada pela mistura entre a fase oleosa e a fase aquosa.
Na fase aquosa está presente a água, substância em maior quantidade nos protetores solares. Já na fase oleosa estão presentes:
- Emolientes: responsáveis por solubilizar os componentes lipofílicos e ajustar algumas propriedades sensoriais, como sensação na pele, agradabilidade ao toque e facilidade de absorção. Como emolientes são usados os ésteres, éteres, e triglicerídeos graxos.
- Agentes doadores de viscosidade: fornecem a viscosidade adequada para a emulsão. São utilizados neste caso os álcoois graxos e ésteres de glicerina.
- Emulsificantes: agente que reduz a tensão superficial e permite a formação das micelas. Como emulsificantes, normalmente são utilizados os álcoois graxos, alquilssulfatos de sódio e ésteres graxos de glicerina.
- Filtros: responsáveis por barrarem a penetração das radiações. De acordo com o filtro que é utilizado, podemos classificar os protetores solares em dois tipos: os filtros orgânicos, conhecidos como filtros químicos, e os filtros inorgânicos, conhecidos como filtros físicos.
Os filtros inorgânicos são capazes de refletir e dispersar as radiações através de uma barreira opaca, como apresentado na figura abaixo. Além disso, dependendo do tamanho do componente ativo, a proteção pode ocorrer por mecanismo de reflexão e absorção. Cada vez mais vêm sendo utilizados na indústria de cosméticos, devido a sua popularidade em não serem tóxicos e ao mesmo tempo muito eficientes.

Em sua composição, normalmente estão presentes o óxido de zinco (ZnO) ou o dióxido de titânio (TiO2).
As vantagens na utilização de filtros inorgânicos são: sua alta estabilidade, não sendo considerados tóxicos e, portanto, mais seguros clinicamente para pacientes com histórico de alergias. No entanto, algumas desvantagens são apontadas em relação a este filtro, como o desenvolvimento da coloração opaca esbranquiçada após aplicação, favorecimento de comedogênese e transferência para as vestimentas.
Já os filtros orgânicos são loções que possuem como mecanismo, apresentada na figura abaixo, a absorção da radiação e emitindo energia na região do infravermelho, o qual é inofensivo ao ser humano. Este fenômeno libera o excesso de energia na forma de calor.

Os filtros orgânicos possuem em sua composição compostos aromáticos conjugados com carbonila. Alguns dos compostos que podem ser encontrados são a benzofenona (C13H10O), que absorve os raios UVA e a sulisobenzona (C14H12O6S), que absorve os raios UVA e UVB.
A vantagem na utilização de filtros orgânicos está na sua alta capacidade de absorver a radiação, uma vez que transforma em raios infravermelhos, que são nocivos à pele.
Conhecer a formulação e composição química dos produtos cosméticos que usamos durante o dia a dia é uma excelente forma de conhecer a química ao nosso redor, não é mesmo?


REFERÊNCIAS
BALOGH, Tatiana Santana et al. Proteção à radiação ultravioleta: recursos disponíveis na atualidade em fotoproteção. Anais brasileiros de Dermatologia, v. 86, n. 4, p. 732-742, 2011.
SECCO, Gabriela Gislaine; BELTRAME, Betina Montanari; SCHWANZ, Melissa. Avaliação in vitro do fator de proteção solar (fps) de cosméticos fotoprotetores manipulados. Infarma-Ciências Farmacêuticas, v. 30, n. 4, p. 242-249, 2018.
CARVALHO, Danielle Soares. A química dos protetores solares: uma proposta de texto de divulgação científica. 2019.