Engenharia Química

Ao longo dos anos, a Engenharia Química certamente é a área que mais vem se transformando. Definições clássicas e assertivas sobre a Engenharia Química precisam de atualizações significativas. Nesse espaço elaborado pela BetaEQ, você acompanhará esse caminho transformacional das nossas áreas de atuação. Segundo a BetaEQ, a Engenharia Química hoje é a Engenharia Universal.

“A Engenharia Química trata da transformação de matérias-primas em produtos de alto valor agregado que contribuem para a qualidade de vida da sociedade em larga escala com impacto global.

Os Engenheiros Químicos são, tradicionalmente, os Engenheiros de Processos que, como tal, têm a missão de transpor a Química da escala laboratorial para a escala industrial, permitindo a produção em grande escala dos produtos de uso comum a que estamos habituados no nosso cotidiano. Pode dizer-se que a atividade dos Engenheiros Químicos está direta ou indiretamente relacionada com: a qualidade da água que sai das nossas torneiras, os produtos de higiene e cosmética, os alimentos e bebidas que ingerimos, o combustível que faz andar os meios de transporte, o papel que usamos no quotidiano, as tintas, os cerâmicos, os vidros das nossas casas, os plásticos, os têxteis, os fármacos, etc.” Fonte: texto adaptado site oficial da Universidade de Coimbra.

Associar a Engenharia Química a Engenharia de Processos é compreender a essência da Engenharia Química. A formação clássica em nível de graduação aborda áreas clássicas do conhecimento como Balanços de Massa e Energia, Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos, Transferência de Calor e Massa, Cinética e Cálculo de Reatores, Operações Unitárias, Controle de Processos, …

Contexto Histórico

“No século XVIII, com a Revolução Industrial, a indústria química começou a crescer, principalmente na áreas têxtil, de vidros, sabão, entre outras. Por conseguinte, a demanda por suprimentos para esses setores cresceu, além do aumento da necessidade de inovação em produtos químicos. Nessa época, os profissionais atuantes nas empresas eram Engenheiros Mecânicos e Químicos. Surgiu assim a necessidade de unir esses dois conhecimentos e criar uma nova profissão.”

“O termo “Engenharia Química” foi proposto por George Edward Davis, autor de uma série de livros baseados em sua experiência na indústria química e experimentos realizados por ele mesmo. No livro “A Handbook of Chemical Engineering” (primeiro livro de Engenharia Química) foram introduzidos os primeiros conceitos fundamentais para o curso.

Em 1888, o professor Lewis Norton fundou o “Course X” no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts/Estados Unidos), baseado nos estudos de George Davis, criando definitivamente uma graduação formal para Engenheiros Químicos.

As disciplinas citadas acima em negrito norteiam o início da Engenharia Química, sobretudo, as Operações Unitárias. Em 1923, William H. Walker, Warren K. Lewis e William H. McAdams escreveram o livro “Os Princípios da Engenharia Química” (The Principles of Chemical Engineering) e explicaram que as indústrias químicas possuem processos regidos pelas mesmas leis da Física. Eles reuniram todos esses processos similares e de maneira didática constituíram de maneira sólida as Operações Unitárias. 

Uma operação unitária é uma etapa básica de um processo. Um processo tem várias operações unitárias presentes para que possa se obter produto desejado. Assim, as Operações Unitárias reunidas formam os Princípios da Engenharia Química.

Nesses mais de cem anos, muitos outros nomes como Robert H. Perry e H. Scott Fogler, dentre outros, contribuíram para o crescimento deste curso cada vez mais importante para a indústria contemporânea e a sociedade em escala global.

Ponderação BetaEQ

A origem da Engenharia Química não pode ser estritamente atrelada ao seu início formal. Processos transformacionais são inerentes a humanidade.

“Há evidências de que a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia onde a cevada cresce em estado selvagem. Os primeiros registros de fabricação de cerveja têm aproximadamente 6 mil anos e remetem aos Sumérios, povo mesopotâmico. Documentos históricos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais.” Processo cervejeiro é somente um dos muitos exemplos que gostaríamos de explicitar.

Por mais que o termo “Engenharia Química” e sua formação clássica não fossem claramente definidas, ela já existia, ao menos de maneira rudimentar, através da produção da cerveja, sabão, roupas e afins no passado.

“Não existiria vida sem a Engenharia Química.”

Os Conselhos que norteiam os profissionais da Engenharia Química no Brasil

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CONFEA/CREA) e o Conselho Federal de Química e os Conselhos Regionais de Química (CFQ/CRQ) são os órgãos de registro dos profissionais da Engenharia Química.

Tanto o CREA quanto o CRQ possuem suas respectivas definições e elencam atribuições profissionais do Engenheiro Químico. Vamos explicitá-las abaixo.

Atribuições Profissionais segundo o CREA (Atividades do 1º artigo da resolução número 218, dia 29 de junho de 1973):

  1. Supervisão, coordenação e orientação técnica;
  2. Estudo, planejamento, profeta e especificação;
  3. Estudo de viabilidade técnico-econ4mica;
  4. Assistência, assessoria e consultoria;
  5. Direção de obra e serviço técnico;
  6. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
  7. Desempenho de cargo e função técnica;
  8. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
  9. Elaboração de orçamento;
  10. Padronização, mensuração e controle de qualidade;
  11. Execução de obra e serviço técnico;
  12. Fiscalização de obra e serviço técnico;
  13. Produção técnica e especializada;
  14. Condução de trabalho técnico;
  15. Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
  16. Execução de instalação, montagem e reparo;
  17. Operação e manutenção de equipamento e instalação;
  18. Execução de desenho técnico.

Atribuições Profissionais segundo o CRQ (Resolução Normativa do CFQ nº 36, de 24 de abril de 1974):

  1. Direção, Supervisão e Responsabilidade Técnica; 
  2. Assessoria, Consultoria e Comercialização;
  3. Perícia, Serviços Técnicos e Laudos;
  4. Magistério;
  5. Desempenho de Cargos e Funções Técnicas;
  6. Pesquisa e Desenvolvimento;
  7. Análise Química e Físico-química, Padronização e CQ;
  8. Produção, Tratamentos de Resíduos;
  9. Operação e Manutenção de Equipamentos;
  10. Controle de Operações e Processos;
  11. Pesquisa e Desenvolvimento de Processos Industriais;
  12. Execução de Projetos de Processamento;
  13. Estudo de Viabilidade Técnico – Econômica;
  14. Projeto e Especificações de Equipamentos;
  15. Fiscalização do Montagem – Instalação de Equipamentos;
  16. Condução de Equipe de Montagem e Manutenção.

Apesar das inúmeras atribuições dadas ao profissional de Engenharia Química por ambos os Conselhos, a BetaEQ assegura que ainda existem inúmeras outras funções exercidas nesse exato momento por engenheiros químicos espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

Definição da Engenharia Química segundo o AIChE (American Institute of Chemical Engineers):

“Engenharia Química é a área/profissão que dedica-se à concepção, desenvolvimento, dimensionamento, melhoramento e aplicação dos Processos e dos seus Produtos. Neste âmbito, inclui-se a análise econômica, dimensionamento, construção, operação, controle e gestão das unidades industriais que concretizam esses processos, assim como a investigação e formação nesses domínios.”

10 Prioridades futuras para Engenharia Química segundo o IChemE:

  • Segurança: promover a compreensão aprofundada dos perigos e riscos. Reduzi-los em todas as etapas de processos ciclo de vida e introduzir uma nova qualificação internacional para profissionais que trabalham em segurança de processos;
  • Educação: apoiar a comunidade profissional global através de formação integrada e desenvolvimento profissional;
  • Investigação: pressionar no sentido da investigação aplicada;
  • Energia: apoiar engenheiros químicos  ligados ao tema da água e explorar formas de garantir o abastecimento industrial e municipal de água;
  • Comida e nutrição: promover o papel dos engenheiros químicos no desenvolvimento de soluções alimentares sustentáveis;
  • Saúde e bem estar: contribuir para estilos de vida mais sustentáveis e saudáveis e salientar o impacto da disciplina nos setores farmacêutico e de biociências;
  • Política: cooperar com grupos e líderes de todo mundo no sentido de se desenvolverem metas políticas coerentes;
  • Economia: salientar o papel da engenharia química para aumentar a eficiência de processos e redução de custos, com vista a fazer chegar aos consumidores produtos baratos e sustentáveis;
  • Sociedade: encorajar os membros a participarem em conversas públicas sobre o impacto dos processos químicos e produtos.

O que de fato é “Ser Engenheiro Químico” nos tempos atuais? Definição Final BetaEQ:

“Ser engenheiro químico é lidar com processos, projetos, gestão da qualidade, controle e otimização. Ser engenheiro químico é gerir pessoas, gerir uma sala de aula ou até mesmo uma refinaria. Ser engenheiro químico é criar, vender e comprar produtos. Ser engenheiro químico é analisar, cuidar e fiscalizar. Ser engenheiro químico é prezar pela segurança dos processos e das pessoas. Ser engenheiro químico é contribuir para o crescimento do planeta. É empreender sem jamais esquecer da sustentabilidade. É ser ético e responsável. É inovar, pesquisar e buscar novas tecnologias. É construir reatores ou até a sua própria empresa. Ser engenheiro químico é acreditar no futuro em meio a crise e vencê-la. É ser o que você mais desejar. Seja você.” (Texto de Kaique Santos Teixeira, criador da BetaEQ)

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