Entrevista realizada pelo Comitê Nacional de Carreiras Iniciais da IChemE. Claire Nnaedozie foi a entrevistada. Ela é engenheira química pela University of Sheffield (Inglaterra) e líder de tecnologia de processos da empresa de bens de consumo Reckitt (produtos da empresa na foto acima).
“Parte de fazer um PhD é se tornar um especialista no assunto em seu campo. Meu doutorado envolveu o estudo dos comportamentos de reconstituição de misturas de bebidas em pó. Decidi fazer meu doutorado porque queria fazer pesquisa no setor de bens de consumo de alta rotatividade. Meu doutorado me ajudou a ampliar meu conhecimento da tecnologia de pós nesse campo e em outros campos relevantes, como química fina e fertilizantes.
O conhecimento especializado que adquiri foi muito benéfico, pois meu trabalho envolve o uso de minha experiência no assunto para resolver problemas na indústria. Além disso, para obter um PhD, por definição, você deve adicionar novos conhecimentos ao seu campo. Para fazer isso, você tem que ser um auto-iniciante que é altamente motivado. Essas características foram muito benéficas para minha função na Reckitt.
Elas ajudaram a me tornar uma gerente de projeto mais eficiente, capaz de entregar resultados entre projetos simultaneamente. Eu trabalho dentro do Departamento Técnico de Abastecimento no sítio de Hull. Minhas responsabilidades incluem trabalhar na transferência de tecnologia, especificações de processo para projetos de capital, validação e melhoria contínua da tecnologia de processo e fornecer suporte técnico em questões de processamento de fabricação.
Que conselho você daria a um aluno de doutorado que deseja seguir seus passos?
“Se o seu objetivo final é entrar na indústria, procure PhDs com patrocinadores industriais. Você terá então a rede dessa empresa para se apoiar. Você também começará a ver como o resultado do seu trabalho influencia o setor em que está interessado.
Para os atuais alunos de doutorado, eu diria para maximizar as oportunidades que você tem de passar um tempo na indústria. Há estágios de 3 a 6 meses disponíveis para estudantes de doutorado. Se sua condição de patrocínio permitir, eu recomendaria, pois ajudará você a desenvolver habilidades transferíveis e a construir sua rede.
Pode demorar um pouco para você encontrar a área de nicho que se adapta ao seu conjunto de habilidades e experiência. Pesquise as empresas que lhe interessam e agende conversas informais com pessoas que trabalham na empresa ou participe de eventos onde você possa saber mais sobre as funções oferecidas.
A transição para a indústria tem muito a ver com como você vende sua experiência em seu currículo. Mostrar as habilidades transferíveis necessárias para a função para a qual você está se candidatando é um longo caminho. Traduzir minha experiência em pesquisa, projetos e ensino em uma lista de habilidades relevantes para o setor me ajudou a conseguir meu primeiro cargo.
Existem três coisas que podem ajudá-lo a conseguir isso. Primeiro, consiga um mentor, formal ou informal, que tenha feito a transição da academia para a indústria. Dois, fale com as pessoas em sua função desejada para entender sua jornada de carreira. E três, revise o currículo de alguém com o emprego que você deseja ou de alguém que trabalhe na empresa que você deseja. Observe a formatação e o comprimento. Em seguida, use esses insights para desenvolver ou mostrar as habilidades necessárias em seu currículo.”
Fonte: https://www.thechemicalengineer.com/features/the-benefits-of-a-phd-an-industry-perspective/
Comentário editorial: É cada vez mais frequente a assimilação de profissionais com Mestrado e Doutorado na Indústria. Trata-se de uma tendência mundial. Certamente, veremos isso crescer mais e mais aqui no Brasil.
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