Órgãos Artificiais e a Engenharia Química

A sociedade moderna atual herdou mais um século de importantes contribuições dadas pela engenharia química, e a partir do século 21, com a introdução da biologia nos fundamentos da engenharia, muitas evoluções podem e estão ocorrendo com as novas especializações desse profissional. A vida acaba por se traduzir como uma série de reações químicas complexas e entrelaçadas e a engenharia química moderna corrobora com essa afirmação.

A biotecnologia e a química têm desempenhado papéis essenciais no fornecimento de soluções que auxiliam na resolução dos grandes desafios vividos pela humanidade a muito tempo. Sendo a biotecnologia uma área que envolve a aplicação dos princípios da engenharia e do uso e exploração da tecnologia e atividade das ciências biológicas, e sendo os engenheiros químicos os profissionais que possuem a sabedoria e o conhecimento necessários para contribuir com a realização prática de diversas soluções, a junção dessas duas áreas resulta em conceitos como a sustentabilidade e o bem-estar tendo muito mais relevância em todo o mundo.

O cruzamento da Biotecnologia com a Engenharia Química dá-se em todos os domínios e escalas, já que as ferramentas e metodologias usadas pelos engenheiros no desenvolvimento de processos químicos são indispensáveis para a resolução de problemas associados às ciências da vida. Esse ramo da engenharia, que recebe o nome de engenharia clínica médica, é apto para desenvolver técnicas para a prática da medicina a nível molecular, sendo capaz de ofertar avanços que melhoram a longevidade e a qualidade de vida. Uma dessas questões é o desenvolvimento de órgãos artificiais, e de acordo com o Ministério da Saúde, só no Brasil são mais de 40 mil pessoas na fila de espera para um transplante de órgão e esse é um número bastante significativo e que custa a vida de muitas pessoas todos os anos.

Atualmente, no nosso país, a tecnologia já permite que tecidos mais simples sejam fabricados em laboratório (como: pele, ossos e vasos sanguíneos), mas para que o órgão artificial possa substituir o de origem, são utilizadas as biomoléculas (fragmentos de células-tronco), que são fatores de crescimento e conseguem aumentar a produção de células nesse órgão e depois de um tempo em um ambiente adequado e propício, tais células começam a ocupar o lugar do polímero e dá uma estrutura biológica ao órgão em questão.

Entretanto, existe uma grande dificuldade na criação dos órgãos artificiais, que é a elevada complexidade de alguns órgãos, a exemplo do coração que possui diversos tipos de tecido e é repleto de cavidades e uma vasta rede de vascularização. Uma das maneiras de contornar esse problema é o uso da impressão 3D, que nesse ramo chama-se bioimpressão. Funciona com o uso de uma substância chamada hidrogel, que é rica em células e biomoléculas, e então é colocada na impressora que reproduz o órgão com muita precisão.

Todo esse processo conta com a ajuda de conhecimentos da engenharia química, e é perceptível que grandes foram os avanços até aqui, mas ainda é necessário que se estude e desenvolva técnicas ainda mais completas e eficientes para que a qualidade de vida do ser humano seja crescente. O engenheiro químico é um dos profissionais que estão envolvidos nessas grandes realizações e não há dúvidas de que continuará fazendo avanços ainda mais significativos em todas as suas áreas de atuação.

 

REFERÊNCIAS:

Acesso em 12/03:
https://saude.acate.com.br/orgaos-artificiais/

https://veja.abril.com.br/saude/a-vida-em-reconstrucao-os-avancos-da-ciencia-para-implante-de-orgaos/

Acesso em 18/03:
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=115&Itemid=2

 

Por Késia Dias

Integrante da Prisma – Empresa Júnior de Engenharia Química da UFBA

Site institucional: https://prismaengenhariajr.com.br/

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