A Engenharia Química e a Indústria Farmacêutica

Desde os primórdios, a humanidade já buscava recursos para tratar ferimentos decorrentes das adversidades e naturais enfermidades, empregando plantas e substâncias de origem animal. Entretanto, o processo de fabricação em escala industrial de medicamentos teve inicio com a salicina ou ácido salicílico, analgésico e antitérmico extraído da casca do Salgueiro que já era usado desde os tempo do antigo Egito para combater inflamações, descoberto por Raffaele Piria em meados do século XIX.

Após a salicina, primeiro fármaco sintetizado na história da indústria farmacêutica destinado à fabricação de sólidos orais, outro grande impacto causado na indústria farmacêutica ocorreu durante a segunda guerra mundial. A penicilina, antibiótico que serve para tratar desde infecções bacterianas simples, como amigdalite e sinusite, até infecções sistêmicas que afetam o sangue como um todo e também a sífilis, foi descoberta por Alexander Fleming em 1928 e foi produzida em escala industrial pela Pfizer salvando a vida de milhares de pessoas.

A Cadeia Farmacêutica envolve a fabricação de substâncias químicas farmacologicamente ativas, obtidas por síntese química, utilizadas na preparação de medicamentos. Estes podem ser obtidos pela extração de farmoquímicos de origem vegetal, animal e biotecnológica. Esta Cadeia é bastante ampla, compreendendo a fabricação de especialidades farmacêuticas (alopáticas e homeopáticas) inseridas nas seguintes classes terapêuticas: medicamentos sistêmicos específicos, agentes hematológicos, medicamentos dermatológicos, hormônios, medicamentos anti-infecciosos e soluções hospitalares.

Fatores como a expectativa de vida, maior preocupação com a saúde, avanços tecnológicos, crescimento no mercado de genéricos, gestão competitiva das indústrias, lançamento de novos produtos, avanço da biotecnologia, fusões e aquisições resultaram em um cenário favorável para o crescimento do setor, mesmo com a instabilidade econômica brasileira. A expectativa é que em 2021 o país alcance a marca de 5º maior mercado industrial farmacêutico no mundo.

O mercado é dinâmico e requer que as indústrias farmacêuticas tenham uma visão inteligente para continuar crescendo e colhendo ótimos resultados no futuro. Para isso é preciso acompanhar a movimentação, necessidades do mercado e traçar novas direções para as tendências que surgirão.

1. Desenvolvimento de medicamentos biológicos;
2. Desenvolvimento de medicamentos biossimilares;
3. Inovação incremental, por meio do desenvolvimento de melhorias para um produto ou novas aplicações para moléculas que já existem;
4. Inovação radical, por meio do desenvolvimento de novos produtos;
5. Consolidação e união de forças entre as indústrias fabricantes de genéricos;
6. Internacionalização das operações das indústrias brasileiras;
7. Diversificação e ampliação do portfólio.

Gerenciar a área de distribuição e recebimento numa indústria farmacêutica e química multinacional americana é a função de Luiz Antônio Gomes Correia, engenheiro químico graduado pela Faculdade Osvaldo Cruz em 1986 e engenheiro de segurança do trabalho formado em 1997, na mesma escola.

Há muitos anos na empresa e único engenheiro quando ingressou no seu quadro de pessoal, composto por farmacêuticos e químicos, Correia atuou em todos os setores da produção farmacêutica, da fabricação à embalagem, além de almoxarifado e expedição. Só na produção, atuou por mais de 14 anos, aplicando conhecimento da engenharia em atividades como moagem, granulação e preparação de lotes. Antes disso, foi analista químico de laboratório, passou pelas áreas de controle e de garantia de qualidade, sempre ao lado de farmacêuticos.

Segundo Correia, o engenheiro químico pode atuar em vários segmentos desse mercado. Porém, como na faculdade tal profissional recebe conhecimento generalista, é preciso buscar a especialização após a graduação. “Se ficar preso à formação acadêmica, acabará ficando para trás”, adverte.

Para ele, por isso mesmo, a tendência é que o curso de engenharia química, no futuro, seja subdividido para atender a demanda por técnicos com conhecimentos específicos das áreas de atuação, a exemplo do que já ocorre na engenharia de alimentos. Enquanto isso, os engenheiros químicos interessados em atuar na indústria farmacêutica têm como alternativa entrar como generalistas e depois optar pelas áreas específicas da indústria.

Em geral, o engenheiro químico se envolve com a produção, fabricação ou embalagem de remédios, isto é, cuida mais do processo industrial do medicamento, trabalhando em cooperação com os farmacêuticos.

Fontes: A Indústria Farmacêutica; Engenheiro Químico tem espaço na indústria farmacêutica.

 

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